Alexandre de Moraes diz que golpistas de 8 de janeiro queriam enforcá-lo
Em entrevista ao Globo, Alexandre de Moraes conta que investigações de 8 de janeiro mostram um plano para prendê-lo ou matá-lo.
Congresso em Foco
4/1/2024 14:06
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Alexandre de Moraes disse em entrevista ao jornal "O Globo" que um grupo de golpistas envolvido nos atos de 8 de janeiro pretendia assassiná-lo. Outros ainda queriam que ele fosse enforcado na Praça dos Três Poderes."Eram três planos", diz Alexandre. "O primeiro previa que as Forças Especiais (do Exército) me prenderiam em um domingo e me levariam para Goiânia. No segundo, se livrariam do corpo no meio do caminho para Goiânia. [...] E o terceiro, de uns mais exaltados, defendia que, após o golpe, eu deveria ser preso e enforcado na Praça dos Três Poderes"A entrevista foi publicada na manhã desta quinta-feira (4) no website do jornal O Globo (link). Também foi reproduzida na edição impressa.O ministro Alexandre fez mais revelações sobre as investigações do 8 de janeiro na entrevista:
segundo ele, houve participação da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) no planejamento da tentativa de golpe. O ministro diz que a agência monitorava os seus passos "para quando houvesse necessidade de realizar essa prisão".
o plano dos golpistas, diz a investigação, era invadir o Congresso e ficar "até que houvesse uma GLO [operação de Garantia da lei e da ordem conduzida pelas Forças Armadas] para que o Exército fosse retirá-los. E, então, eles tentariam convencer o Exército a aderir ao golpe."
no dia dos atentados, a inação da Polícia Militar foi o que mais surpreendeu. De acordo com o ministro, cem homens do Batalhão de Choque eram suficientes para dispersas o ato.
Alexandre diz ainda ter recebido "muitas ameaças, principalmente contra minhas filhas, porque até nisso eles são misóginos". Diz ter aumentado o esquema de segurança para proteção dos familiares.
Alexandre de Moraes é o relator das investigações sobre os atos golpistas no STF. Também já havia assumido a presidência do TSE na época em que as eleições gerais de 2022 foram realizadas. É um dos nomes atacados pela ala mais radicalizada de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.