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Congresso em Foco
27/5/2016 | Atualizado 28/5/2016 às 13:06

Dilma
Em outro anexo da pré-delação, Pedro Corrêa diz que a própria presidente afastada Dilma Rousseff prometeu, em 2003, ajudar na nomeação de Paulo Roberto Costa. Na época, segundo o relato, Dilma era ministra de Minas e Energia e tratou do assunto em uma reunião na casa de João Claudio Genu, ex-assessor de José Janene (ex-deputado do PP paranaense morto em setembro de 2010), quando se discutiu uma reforma no setor elétrico.
Segundo Pedro Corrêa, Dilma foi ao encontro do assessor e de um grupo de deputados do PP para saber dos termos da indicação da relatoria da reforma para o partido. A delação lembra que Janene, à época da reunião, presidia a Comissão de Minas e Energia da Câmara, e seu partido queria assumir a função. “O PP aproveitaria a oportunidade da relatoria para levantar valores de propina em troca de proposições específicas na Reforma para atender aos interesses dos empresários do setor para o pagamento de propina”, registra trecho do anexo.
No anexo seguinte, quando Pedro Corrêa relata episódios de 2010, há o registro de que Dilma foi a uma reunião para prestigiar Paulo Roberto Costa na casa do ex-deputado João Pizzolati (PP-SC). À época candidata à Presidência da República, continua a delação, Dilma se comprometeu com a manutenção de Costa no Abastecimento e a preservar o comando do Ministério das Cidades com o PP. A petista aproveitou a ocasião para pedir dinheiro para a campanha presidencial, acrescenta o ex-deputado.
Gestão FHC
A delação de Pedro Corrêa menciona também a indicação do senador cassado Delcídio do Amaral, ex-líder do governo Dilma no Senado, para a diretoria de Gás e Energia da Petrobras na gestão Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Segundo Veja, coube ao atual ministro-chefe da Secretaria de Governo do interino Michel Temer, Geddel Vieira Lima, bancar a nomeação de Delcídio. Nesse ponto da reportagem, a revista transcreve um diálogo que, incluído na delação, mostra FHC e Geddel falando do assunto.
Confira trecho do diálogo:
FHC: Geddel, eu preciso de um novo nome. Um nome mais técnico para a Diretoria de Gás e Energia.
Geddel: Presidente, o Delcídio foi diretor da Eletrosul, da Eletrobras, secretário-executivo de Minas e Energia e ministro de Minas e Energia. Ninguém é mais técnico do que o Delcídio para esta função.
FHC: Mas eu gostaria de mais um nome...
Geddel: Então o senhor escolha um Reischul (genro de FHC e presidente da BR Distribuidora) da vida, que nós não temos outro nome. Só temos o de Delcídio.
FHC: (após alguns segundos) Está bem. Até logo, Geddel.
PMDB e PSDB
Segundo a revista Veja, Pedro Corrêa relatou que o PMDB cobrou, em 2006, para afiançar a manutenção de Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró, também ex-diretor da Petrobras. Segundos os relatos, o partido cobrou propina de US$ 18 milhões – valor a ser pago a tempo de financiar a campanha eleitoral daquele ano –, mas só recebeu US$ 6 milhões.
Corrêa declarou que atual ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, embolsava parte de todo o montante arrecadado no quinhão do PMDB. Presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), réu na Lava Jato, também recebeu parte dos US$ 6 milhões, segundo o relato. O ex-deputado afirmou ainda que o ex-ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, senador do PMDB maranhense, também era beneficiado com dinheiro desviado de contratos com empreiteiras.
A delação também que políticos cobravam vantagens de empresas que se candidatavam a tocar projetos do programa “Minha Casa Minha Vida”, um dos carros-chefe do governo Dilma, e que o senador Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB, negociou pagamentos para a legenda por meio de desvio em contratos para Furnas Centrais Elétricas. Aécio, Lula e Dilma também foram mencionados como beneficiários do petrolão em outros depoimentos, como o que Delcídio firmou depois de ser preso, em novembro do ano passado.
A defesa de Pedro Corrêa na Lava Jato não confirma o conteúdo da delação, que ainda está sob exame dos investigadores da Lava Jato. A não confirmação não significa que os advogados neguem a veracidade das informações.
Leia trecho da reportagem
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