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Congresso em Foco
23/12/2016 8:00
[fotografo]EBC[/fotografo][/caption]Pensando, sigo o caminho rumo à minha casa. Estamos às vésperas do Natal e às portas do final de mais um ano. Alguns, talvez uma maioria, dizem que não é momento de olhar para trás, mas sim o da fraternidade, perdão e esperança.
Para os estudiosos da história e para os que individualmente decidem seu futuro de vida, ou mesmo perante esses fatos a que acabei de assistir, não há como não olhar pelo retrovisor. No passado recente e no momento atual, estamos submetidos à violência física, psicológica, moral e institucional. Portanto, não há como pensar que no Natal se perdoa tudo e todos e a vida ressurge livre, leve, solta e bela.
Posso e devo ser fraterno, caso contrário não conseguiremos uma nova civilização, um novo comportamento e uma cultura de não violência, respeito e solidariedade. Mas, em muitos casos, não há como perdoar.
Após essa breve reflexão, assim como muitos pedem alguma coisa, também peço. Peço aos homens: chega de violência contra as mulheres.
No mesmo domingo de tanta violência (basta ver o noticiário) e da agressão gratuita a um cidadão que, com duas crianças, aguardava a família dentro do carro para sair, houve atos em várias partes do Brasil para denunciar o crime brutal que foi o assassinato de Débora Soriano.
Débora, 23 anos de idade, lutadora da defesa dos direitos humanos, sociais e da igualdade de gênero, foi violentada e assassinada.
Não consigo conceber que homens matem mulheres simplesmente por estas serem mulheres. A violência de gênero, como a agressão física, psicológica, moral, sexual e o assassinato, só ocorrem, no caso do machismo, porque a vitima é uma mulher.
Participei da Comissão Parlamentar Mista (Câmara e Senado) de Inquérito da Violência Contra a Mulher e, sinceramente, em dado momento, cheguei a ter... Me falta a palavra, porque vergonha é pouco para o que quero expressar sobre o comportamento do homem. Não tendo a palavra correta, uso: é nojenta a posição da maioria dos homens em relação às mulheres.
Tenho a certeza de que esse comportamento vergonhoso, nojento, vil, etc, tem um responsável, o Estado. Não há no Brasil políticas públicas de promoção da igualdade de gênero, de prevenção contra a violência e de punição ao agressor.
Não há políticas públicas porque o Estado é machista. Os homens que fazem parte do aparelho de Estado impedem, por serem machistas, que se desenvolvam tais políticas. Não há nada mais concreto acerca da demonstração de um Estado e de um poder mais machista que o governo do usurpador Michel Temer.
Sinceramente não tenho nada a comemorar nestas festas de fim e de começo de um novo ano. Tenho muito a lamentar: golpe de Estado, destruição de políticas públicas de educação, saúde, previdência, assistência social, perseguição político-ideológica aos que pensam diferentemente, aumento da violência contra os pobres, negros, homossexuais, índios e, fundamentalmente, as mulheres.
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