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Congresso em Foco
3/8/2017 15:51

Os defensores do arquivamento do pedido de investigação apelaram, em primeiro lugar, à “estabilidade” e aos “empregos”. Em segundo lugar, ficou a turma mais “pragmática”, na definição do Ibpad, isto é, aquela que foi mais econômica ao microfone e preferiu basicamente registrar sua posição. Na sequência, aparecem aqueles parlamentares que optaram por declarar o voto “com o relator”.
Do outro lado, entre os deputados que apoiavam a autorização para que o Supremo analisasse a denúncia contra Temer, a justificativa mais frequente foi de que a “investigação deve continuar”, seguida pela “defesa dos direitos”, como os trabalhistas e previdenciários, alvos de reforma do atual governo, e pelas falas que reuniram de tudo um pouco, mas nada muito representativo.
A pesquisa também mostra o grau de alinhamento entre os partidos. Na oposição, o PT, o PCdoB e o Psol afinaram o discurso na defesa de direitos, como os relacionados à Previdência e à reforma trabalhista. Já o PSDB, que rachou na votação, apelou mais à defesa das investigações. Mesmo argumento utilizado pelo PDT e pelo PPS, que deram a maioria de seus votos a favor do andamento das apurações. Já o PSB e a Rede usaram expressões mais difusas para justificar suas posições contrárias a Temer. Ao contrário da Rede, o PSB, do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, registrou dissidências em plenário.
Do lado dos parlamentares que blindaram Temer, o PTB, o PRB, o PSC e o PSL foram os que mais recorreram ao discurso de defesa da “estabilidade” para blindar o peemedebista. Partido de Temer, o PMDB ficou entre os mais “pragmáticos”, ao lado do também governista Solidariedade. Ou seja, segundo o Ibpad, a maioria dos peemedebistas optou por discursos mais concisos ao declarar o seu voto a favor do presidente. Ao todo, seis deputados do partido votaram pelo andamento das investigações.
Para o diretor-executivo do Ibpad, Max Stabile, as diferenças registradas na votação do impeachment de Dilma e da negativa para investigar Michel Temer reforçam a sensação da sociedade de falta de perspectiva para o país. Se os defensores do impeachment depositavam alguma esperança em Temer, em abril do ano passado, o que resta agora é frustração.
“Pelos discursos dos deputados, Dilma tinha de sair para garantir a esperança e o futuro do país e da família. Agora, os deputados livraram Temer da investigação recorrendo ao argumento de que sua presença é necessária para garantir a estabilidade econômica”, diz Max, que é cientista político.
Para fazer a análise, o Ibpad transformou os discursos das duas votações em uma base de dados, que foi submetida então a um software para fazer a associação entre os termos que mais apareceram nas declarações de voto.
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