Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
2/9/2016 | Atualizado às 13:55

Diretor de Pesquisas do Datafolha, Alessandro Janoni acredita que o sentimento de traição e a falta de perspectiva alimentam o ceticismo do eleitor em relação à disputa municipal. “Isso explica porque temos no momento a maior taxa de brancos e nulos em período equivalente”, observa. Para conquistar o voto dessa fatia do eleitor em uma campanha de tiro e dinheiro curtos, o candidato terá de se reinventar e adequar seu discurso às demandas da sociedade. “Não haverá espaço para erros”, afirma Janoni.
Com a experiência de quem trabalhou em mais de 20 campanhas eleitorais de diversos partidos, a socióloga e pesquisadora Fátima Pacheco Jordão enxerga nas eleições de 2016 a possibilidade de uma mudança de qualidade na relação entre eleitor e candidato. “Nesta eleição não bastará prometer. Será preciso mostrar como fazer as coisas. As pessoas querem mais serviços”, afirma.As pesquisas qualitativas, explica Fátima, indicam que a avaliação dos políticos é baixíssima e que há um descompasso enorme entre eleitor e partido, independentemente de qual seja. Mas, ainda assim, pondera a socióloga, há uma vigilância maior por parte do eleitorado em relação aos candidatos em razão das investigações da Operação Lava Jato. “As pessoas estão muito mais atentas do que no passado ao histórico dos políticos”, entende.A tendência, avalia, é que o voto seja definido, mais do que nunca, na última hora, a exemplo do que costumam fazer as mulheres, responsáveis hoje por pouco mais da metade do eleitorado nacional. “Historicamente 60% das eleitoras decidem nas 48 horas anteriores à votação. Este ano esse percentual deverá chegar a 75% devido à maior desconfiança”, conta.
Especialista em pesquisas sobre o comportamento do consumidor emergente no Brasil, o publicitário Renato Meirelles ressalta que a rejeição do eleitor não é à política em si, mas à forma que ela tem sido feita. “Os partidos contribuíram para a criminalização da política e para que a sociedade pense que estão todos no mesmo saco. É um risco a política não se reinventar para se reconectar com a sociedade”, critica o fundador do Data Popular e do recém-criado Instituto Locomotiva. “A classe política ainda é analógica e não entende a nova dinâmica do eleitor”, emenda.
Tags
Temas
LEIA MAIS
{ "datacode": "NOTICIAS_MAIS_LIDAS", "exhibitionresource": "NOTICIA_LEITURA", "viewed": [] }