Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. Não se iluda: o Centrão manda, Bolsonaro obedece

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

Não se iluda: o Centrão manda, Bolsonaro obedece

Congresso em Foco

6/6/2021 | Atualizado 10/10/2021 às 17:27

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA
Giovanni Mockus * Em alguns momentos, uma pauta que é de interesse em comum do Centrão e de Jair Bolsonaro surge e dá a impressão que existe uma aliança entre estes dois mundos. Não existe. O Centrão manda e o presidente obedece. Esses momentos de agendas em comum são coincidências nas quais ocorre uma intersecção de interesses. A realidade é que o presidente Jair Bolsonaro comprou a sua permanência no governo. Ele aprendeu com o passado: Dilma Rousseff caiu quando deixou de fazê-lo, Michel Temer topou o jogo completo e ficou até o fim do mandato. O atual Chefe do Executivo está fazendo o usual, liberando bilhões de reais em emendas para a base parlamentar, que agora forma maioria no Congresso Nacional, e relativizando casos de corrupção. Cabe aqui, por uma questão de honestidade intelectual, fazer uma distinção entre os partidos que possuem uma visão política de centro e os partidos que apenas compreendem o fisiologismo. Enquanto os primeiros exercem a legitimidade democrática de expressar a sua visão centrista de sociedade através da política, os últimos compõem o Centrão. Um Centrão que comanda a política nacional não é novidade. Os exemplos são muitos, como Eduardo Cunha, que presidiu a Casa Legislativa entre 2015 e 2016. Mas o que parecia impossível ocorreu e esse poder agora sofreu uma mutação sob a gestão Arthur Lira. Diante da fraqueza singular do Presidente da República, ausência de respaldo partidário e apagão nas ações governamentais, a sanha do Centrão se intensificou de forma que agora essa entidade heterogênea e amorfa não se contenta "apenas" com cargos em estatais e postos do governo. A cúpula do Centrão agora exige a aprovação de sua agenda histórica para não levantar seu martelo e esmagar a quem se opuser. A oposição ao governo Bolsonaro, composta por parte dos partidos que valorizam a democracia, os valores republicanos, detém ideologia definida e base de filiados orgânicos, hoje já tem menos espaço em um Congresso que é menos democrático. Isso ocorre por conta da reforma do regimento interno, patrocinada por Lira. Se antes havia espaço regimental para questionar pautas, forçar debates e, assim, chegar a consensos mais qualitativos, agora a oposição perdeu boa parte de suas prerrogativas. Na prática, a mudança no regimento interno da Casa faz com que o Centrão aprove os projetos com muito mais rapidez e menos debate. Mas é interessante notar que esse atropelo não impacta apenas a oposição. Foi só na votação da medida provisória que trata da privatização da Eletrobrás, ocorrida nas últimas semanas, que ficou evidente que as armas do Centrão podem muito bem voltar contra o próprio governo. O texto votado não foi o proposto pelo Ministério da Economia e sofreu fortes críticas por parte da base do governo, com acusações de lobby e inclusão de matérias estranhas ao objetivo inicial. Mesmo assim, foi aprovado sem oportunidade de resistências e mudanças. Bolsonaro se elegeu tendo como uma das principais bandeiras não ceder ao que chamava de velha política, o que significava que não iria trocar cargos ou verbas por apoio político no Congresso. Agora vemos cenas constrangedoras dele abraçando Arthur Lira e Ciro Nogueira, ambos líderes do Centrão, em cerimônias oficiais, como um menino orgulhoso do pai que foi campeão do torneio interno do clube de bocha. O Centrão e Bolsonaro têm uma parte de pautas em comum, como privatizações, costumes e enfraquecimento do licenciamento ambiental. Tudo o que renda mais a setores específicos do mercado, o que não é um problema em si, mas se torna quando é feito em detrimento do bem público. A diferença de limites entre eles é que o governo para quando a pauta prejudica o próprio Executivo, já o Centrão não. Para este, o limite é saciar uma sede insaciável por voto, poder e dinheiro. Não se iluda ao ver os dois juntos neste momento. É apenas uma confluência de interesses. Se você olhar bem atentamente vai ver os fios em Bolsonaro, e eles vão indo até as mãos de Lira, que controla a marionete falastrona. * Giovanni Mockus é gestor de políticas públicas e porta-voz (presidente) estadual da Rede Sustentabilidade em São Paulo. O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].  
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

câmara dos deputados governo Congresso Nacional Jair Bolsonaro eletrobras senado federal Centrão Joenia Wapichana (Rede-RR) Ciro Nogueira (PP-PI) Arthur Lira (PP-AL)

Temas

Colunistas

LEIA MAIS

pauta legislativa

Da economia à segurança pública: saiba o que o governo quer aprovar em 2025

Meio Ambiente

Câmara aprova criação do Dia Nacional da Ação Climática

Mídias sociais

Governo abraça projeto da bancada evangélica para regulamentação das redes

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

Judiciário

Fux vota contra cautelares impostas por Moraes e Bolsonaro

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES