Audiência Pública
Deputado pede audiência para investigar escolas paramilitares mirins
O deputado Prof. Israel argumenta que a denúncia precisa ser devidamente esclarecida ao Poder Legislativo e à sociedade civil.
Congresso em Foco
4/6/2022 15:57
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Alunos da Força Pré-Militar Brasileira usando simulacros de armas em exercícios militares. Foto: Reprodução/ Facebook
Após reportagem exclusiva do Congresso em Foco que denuncia cursos paramilitares voltados para crianças de 5 a 15, cujas atividades emulam ações militares utilizando simulacros de armas de fogo, o presidente da Frente Parlamentar da Educação, deputado Professor Israel (PSB-DF), protocolou requerimento de audiência pública à Comissão de Educação nesta sexta-feira (3).
"Mesmo com a justificativa de serem preparatórios para a carreira militar, é possível encontrar na internet fotos e vídeos das crianças portando armas de fogo e entoando gritos com alusão à violência. Para além dos prejuízos do excesso de nacionalismo e influência política na formação de crianças, é preciso apontar que "constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar" é crime, previsto no art. 288-A do Código Penal, com pena de 4 a 8 anos de reclusão. É imprescindível, portanto, nos debruçarmos para apurar a denúncia, de forma a proteger nossas crianças de práticas possivelmente caracterizadas como ilegais", diz trecho do requerimento.
O deputado Professor Israel argumenta, ainda, que a denúncia precisa ser "devidamente esclarecida ao Poder Legislativo e à sociedade civil, de modo que é urgente a realização de audiência".
Na quarta-feira (2) o Congresso em Foco publicou reportagem exclusiva revelando que desde a ascensão de Bolsonaro à presidência da República, cursos militares e paramilitares para crianças e adolescentes, com foco no ultranacionalismo, travestidos de escolas preparatórias para o ingresso no Exército, Marinha e Aeronáutica, têm pipocado em todo o país.
Mais recentemente a Força Pré-Militar Brasileira, conhecida como Fope, e a Academia Militar Mirim, têm expandido a sua atuação por vários estados, onde realizam seletivas para arregimentar novos alunos. Curiosamente, as "escolas" são dirigidas por pessoas sem formação militar, porém próximas a militares da reserva e políticos bolsonaristas, que não escondem seu alinhamento com o atual governo. Em uma delas, inclusive, crianças e jovens aparecem em treinamentos portando simulacros de armas de fogo.
Leia aqui a íntegra do requerimento:
