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Congresso em Foco
25/7/2020 | Atualizado 26/7/2020 às 9:51
Arqueóloga Niède Guidon (foto: André Pessoa)
Fotojornalista André Pessoa
A mostra será formada pelos painéis fotográficos com imagens inéditas sobre a pré-história sul-americana, registradas pelas lentes do fotojornalista pernambucano André Pessoa, que há 30 anos se dedica à documentação científica e publicitária dos vestígios humanos no continente, e já expôs seu trabalho em diversos veículos da imprensa e lugares do mundo. Na exposição, traçará uma comparação entre dois sítios arqueológicos localizados a mais de quatro mil quilômetros de distância um do outro, mas com sinais claros do esforço do homem primitivo para registrar para as futuras gerações seu mundo, meio ambiente, rituais, flora, fauna e atividades cotidianas.
Um dos objetivos da exibição é homenagear os 50 anos da chegada de Niéde Guidon à Serra da Capivara e seu trabalho que a torna a maior arqueóloga do Brasil na atualidade. Somente em janeiro deste ano, Guidom se afastou do trabalho devido a complicações de saúde.
A mostra também fará referência aos 40 anos de pesquisa sobre a pré-história do continente pelo
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Alejandro Sfeir Tonsic,Cônsul do Chile no Brasil
cônsul do Chile no Brasil, Alejandro Sfeir-Tonsic. O diplomata foi o responsável por um trabalho de investigação sobre a arte na rocha no Chile a partir de 2007 e, dez anos depois, convidado pelo governo do Piauí para visitar a Serra da Capivara, maior sítio de arte rupestre da América, com mais de mil lugares e grutas com pinturas pré-históricas.
“Nesta exposição incrível, vamos comemorar minhas quatro décadas de pesquisas e registros fotográficos pelos cinco continentes, principalmente fazendo um comparativo entre a Serra da Capivara com a minha região no Chile. O sertão piauiense é muito semelhante à região que nasci, no norte chileno. Ambas regiões são extremamente ricas em artes rupestres nas rochas. Na minha região, La Serena, a arte rupestre é formada por gravuras - incisões nas rochas, já na Serra da Capivara se destaca com pinturas - pigmentação”, destaca o cônsul.
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Alejandro Sfeir Tonsic,Cônsul do Chile no Brasil
Ele ressalta que a exposição é uma forma de reconhecer e agradecer Niède Guidon por seu trabalho "que a torna a maior arqueóloga do continente americano". “Também é uma ocasião perfeita para mostrar o trabalho fotográfico do André Pessoa, que há três décadas se dedica a mostrar para o público o quanto é importante a cultura ancestral”, completa.
André Pessoa vive desde 1993 na zona de entorno do Parque Nacional da Serra da Capivara. Além de fotografias, produz matérias sobre o local. O Memorial da América Latina, destaca Pessoa, é o local ideal para essa exposição que, segundo ele, não tem fronteiras. “Para mim, de forma profissional e emocional, é a continuidade do meu trabalho de divulgação da arqueologia brasileira. São 30 anos praticamente exclusivos documentando a pré-história brasileira e rodando o mundo em busca de novas experiências, registrando lugares fantásticos. Mesmo tendo feito registros da arte rupestre ao redor do mundo, considero a Serra da Capivara um local único”, aponta.
De acordo com Pessoa, a mostra contará com imagens de descobertas arqueológicas ainda não catalogadas na Serra da Capivara. A expectativa, segundo ele, é que a exposição seja levada para o Chile em 2021.
Parque Nacional Serra da Capivara
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Complexo Serra da Capivara (Foto: André Pessoa)
O Parque Nacional Serra da Capivara foi criado por meio de decreto em 1979 e tombado pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade. O número de inscrições rupestres no parque supera os 40 mil. Com uma área de aproximadamente 130 mil hectares, a reserva está localizada no sudeste do Estado do Piauí e ocupa parte dos municípios de São Raimundo Nonato, João Costa, Brejo do Piauí e Coronel José Dias. A área é caracterizada pela vegetação de caatinga do sertão brasileiro.
Nas pinturas, predominam cenas do cotidiano, dança, sexo, e de pastoreio. Também foi encontrada cerâmica nativa de cerca de 9 mil anos, que a coloca como a mais antiga do continente.
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Foto: André Pessoa
Em suas pesquisas, Niéde Guidon aponta vestígios de 50 mil anos da presença humana na Serra da Capivara. No Chile, no lugar conhecido como Monte Verde, as datações chegam a 33 mil anos. Então, a se confirmar esses dados, o Brasil e o Chile lideram as ocupações humanas mais antigas do continente. Os cuidados e preservação da Serra da Capivara, com suas belezas que serão retratadas nos painéis da futura exposição, são fundamentais para conservação da história e memória das primeiras civilizações americanas.

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