Racismo
"Covardia inominável", diz deputado que vendeu Vinicius Jr ao Real Madrid
Ex-presidente do Flamengo, Bandeira de Mello (PSB-RJ) se solidariza com jogador do Real Madrid que denunciou casos de racismo
Congresso em Foco
22/5/2023 | Atualizado às 18:35
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Ex-presidente do Flamengo, o deputado Bandeira de Mello (PSB-RJ) disse ao Congresso de Foco que os casos de racismo cometidos contra o jogador Vinicius Jr., do time espanhol Real Madrid, são uma “covardia inominável”. O atleta foi alvo de ofensas de cunho racial de torcedores em partida contra o Valencia nesse domingo (21), em jogo pelo campeonato espanhol.
Bandeira de Mello foi um dos responsáveis pela ida de Vinicius à Espanha. Ele comandou o Flamengo, clube que revelou o atleta, de 2013 a 2018. Vendido em 2017 por € 45 milhões, o brasileiro estreou no clube espanhol em 29 de setembro do ano seguinte. Bandeira de Mello afirma que o caso de racismo transcende o noticiário esportivo e é uma das piores notícias da mídia como um todo. “Uma vergonha”, disse. “O governo deve reagir. O Congresso também”, defendeu.
Nas redes sociais, Vinicius disse que “não é a primeira vez, nem a segunda, nem a terceira” e que “o racismo é normal na La Liga”. Na tarde desta segunda-feira, fez nova manifestação, dizendo que os casos de racismo não são isolados: “Quantos desses racistas tiveram nomes e fotos expostos em sites? Eu respondo pra facilitar: zero. Nenhum pra contar uma história triste ou pedir aquelas falsas desculpas públicas”.
A cada rodada fora de casa uma surpresa desagradável. E foram muitas nessa temporada. Desejos de morte, boneco enforcado, muitos gritos criminosos... Tudo registrado.
Mas o discurso sempre cai em “casos isolados”, “um torcedor”. Não, não são casos isolados. São episódios… pic.twitter.com/aSCMrt0CR8 — Vini Jr. (@vinijr) May 22, 2023
CPI das Apostas
Bandeira é um dos deputados indicado como suplente na CPI de Apostas Esportivas, montada pela Câmara para investigar casos de fraudes em apostas envolvendo partidas oficiais de esportes no Brasil. A instalação foi motivada por investigação do Ministério Público de Goiás que revelou acordos entre atletas e apostadores para que cometam condutas específicas em campo, como faltas e pênaltis, para então compartilhar os lucros. Trata-se de um problema milionário, tendo em vista que os aplicativos de apostas estão entre os principais patrocinadores de clubes de futebol. O deputado esteve com o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues Gomes, na última sexta-feira (19). Segundo ele, espera-se uma atitude de “colaboração” da CBF, “até porque estamos fazendo algo para resgatar a credibilidade do futebol. Imagino que dê todo o apoio e condições”. Sobre a possibilidade de a CBF ter se omitido, Bandeira diz que, por enquanto, nada aponta para isso. “A gente não deve pré-julgar. Vamos torcer para que não”. Bandeira também diz que a comissão deve dialogar com a proposta de regulamentação para o setor de apostas esportivas que deve ser enviado pelo governo federal ao Congresso nos próximos dias, via Medida Provisória. Segundo ele, sugestões de aprimoramento para o texto do governo devem surgir na CPI.
