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guerra no oriente médio
Congresso em Foco
14/11/2023 | Atualizado às 8:16
Shahed Al-Banna, de 18 anos, à esquerda de Lula, é uma das porta-vozes do grupo. Foto: Ricardo Stuckert/PR
Mulheres e crianças são maioria entre os brasileiros repatriados. Foto: Rafa Neddemeyer/ABr
Este é o décimo voo de resgate da Operação Voltando em Paz, liderada pelo governo federal para repatriação de brasileiros em áreas de conflito no Oriente Médio. Desde o início da guerra entre Israel e Hamas, o Brasil resgatou 1.477 pessoas e 53 animais domésticos. Os primeiros resgatados desembarcaram no Brasil em 11 de outubro. Do total, foram 1.462 brasileiros, 11 palestinos, três bolivianas e uma jordaniana. O grupo que chegou nesta segunda-feira, no entanto, é o primeiro que estava em Gaza, região onde se concentra a maior parte do conflito.
Os outros voos da Operação Voltando em Paz partiram de Tel Aviv, em Israel, de onde saiu a maioria dos resgates, e de Amã, na Jordânia, com brasileiros que estavam em Israel e no território palestino da Cisjordânia.
Os brasileiros que chegaram nessa segunda ao Brasil cruzaram a fronteira da Faixa de Gaza com o Egito, pelo Portal de Rafah, no último domingo (12), após serem contemplados na sétima lista de autorização da saída de estrangeiros de Gaza. Eles estavam há semanas na região de fronteira aguardando a liberação por parte de autoridades israelenses para deixar a região do conflito.
Eles chegaram ao Cairo domingo à noite, onde foram recepcionados por equipes médicas e de psicólogos. Eles jantaram, dormiram e tomaram café da manhã nessa segunda-feira, antes de embarcarem para o Brasil. O voo fez duas paradas técnicas: uma em Las Palmas, na Espanha, e outra na Base Aérea do Recife, já em solo brasileiro.
Massacre
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Mohammed Jabr Ismil Abushanab, abraça seus filhos, após a chegada do avião presidencial. Foto: Rafa Neddermeyer/ABr
Um dos líderes do grupo que estava em Gaza, Hassan Habee agradeceu ao governo brasileiro pelo resgate e relatou as dificuldades enfrentadas pelos palestinos. “O que está acontecendo lá é um massacre. Minhas filhas ficaram muito chocadas lá. Na primeira e segunda semana a gente mentia [para elas]. A gente falava que essas bombas [jogadas por Israel na Faixa de Gaza] eram de festas de aniversário, mas a gente não conseguiu segurar por muito tempo”, acrescentou ele.
Habee falou que as filhas fechavam a janela para se sentirem seguras sempre que um avião do exército israelense passava. Em seguida, pediu para Lula providenciar também a vinda dos seus parentes, que estariam aguardando a liberação de uma segunda lista de brasileiros ou parentes de brasileiros.
O presidente Lula também agradeceu o esforço do Itamaraty e da Força Aérea Brasileira. “A chegada desse décimo avião aqui no Brasil é o coroamento de um trabalho muito sério que a gente deve a muita gente que trabalha no governo, deve à aeronáutica brasileira, ao ministro das Relações Exteriores, que fez um trabalho excepcional quando assumiu a presidência do Conselho de Segurança da ONU”, disse o presidente.
Os brasileiros só foram incluídos na sétima lista. O país com mais nacionais retirados de Gaza foram os Estados Unidos. Além dos Estados Unidos, outros oito países tiveram mais de 100 nacionais autorizados a sair da Faixa de Gaza. Mesmo com a demora ao concretizar a saída dos brasileiros, especialistas em relações exteriores consideraram a operação uma “vitória diplomática”.
Terrorismo
Lula criticou os atos terroristas do Hamas, mas também a resposta de Israel as ataques. "Aos 78 anos, eu já vi muita brutalidade e violência. Mas eu nunca vi uma violência tão desumana contra inocentes. O Hamas cometeu ato de terrorismo, mas a resposta de Israel também é letal contra crianças e mulheres inocentes. Destruição de tudo que foi construído com muita luta, como escolas, hospitais. O governo brasileiro vai continuar lutando pela paz, cobrando dos outros presidentes um comportamento humanista, pelo cessar-fogo", declarou.
Segundo ele, o Estado de Israel também comete terrorismo. "Se o Hamas cometeu um ato de terrorismo e fez o que fez, o Estado de Israel também está cometendo vários atos de terrorismo ao não levar em conta que as crianças não estão em guerra; ao não levar em conta que as mulheres não estão em guerra; ao não levar em conta que eles não estão matando soldados, estão matando junto crianças", ressaltou. "Jogar bomba onde tem criança, onde tem hospital, a pretexto de que o terrorista está lá, não tem explicação", acrescentou.
Desde o início do conflito, em 7 de outubro, mais de 11 mil pessoas foram mortas - a maioria delas é de nacionalidade palestina. Entre elas, mais de 5 mil crianças. O primeiro-ministro de extrema direita de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que vai continuar os ataques enquanto o Hamas não libertar os cerca de 200 cidadãos israelenses que mantém como reféns na Faixa de Gaza. (Com informações da Agência Brasil)Tags
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