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Congresso em Foco
13/4/2010 19:24
Mário Coelho
Um dia após sair da cadeia por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o radialista Geraldo Naves (sem partido, ex-DEM) tomou posse como deputado distrital na Câmara Legislativa do Distrito Federal. O ato ocorreu no fim da tarde desta terça-feira (13), quando Naves assinou o termo que lhe confere o status de parlamentar titular do mandato. Até ter sua prisão decretada em 11 de fevereiro, ele era segundo suplente do DEM na Câmara. Porém, com a renúncia dos distritais Leonardo Prudente (sem partido) e Junior Brunelli (PSC), acabou herdando uma vaga entre os 24 membros da Casa. Com a formalização, Naves deve ser um dos eleitores do novo governador do DF, a ser escolhido no próximo sábado (17).
Naves chegou à Câmara acompanhado por uma assessora e cinco seguranças por volta das 18h. Os jornalistas, ao se aproximarem para entrevistar o novo parlamentar, foram empurrados. Ele disse que só vai falar na tribuna da Câmara. A intenção do distrital não era ter comparecido na Casa para assinar o ato de posse. Pela manhã, mandou o documento assinado por meio de seus advogados, além de toda a papelada necessária para tornar-se deputado. Poré, o presidente em exercício da Casa, Cabo Patrício (PT), disse que não assinaria o ato caso Naves não comparecesse pessoalmente para tomar posse.
Ele foi convocado para tomar posse pela pela Mesa Diretora em 23 de março. O ato de convocação foi assinado pelos quatro membros da Mesa - o presidente Cabo Patrício (PT), o primeiro-secretário Batista das Cooperativas (PRP), o segundo-secretário Milton Barbosa (PSDB) e o terceiro-secretário Raimundo Ribeiro (PSDB). Na época, Cabo Patrício, apesar de ser contra, justificou a publicação da norma por conta de uma pressão do DEM, que pretende reaver o mandato de Naves na Justiça por infidelidade partidária.
Naves teve a prisão decretada por tentativa de suborno e por atrapalhar as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF) nos desdobramentos do inquérito 650DF, que resultou na Operação Caixa de Pandora. Então deputado distrital - tinha assumido no lugar do também suplente Raad Massouh (DEM) - ele procurou o jornalista Edmilson Edson dos Santos, o Sombra, e entregou um bilhete escrito pelo então governador José Roberto Arruda (sem partido).
No papel, aparecem frases como "sei que ele tentou evitar", "quero ajuda", "sou grato", "Geraldo está valendo" e "GDF OK". Naves, no entanto, deixou de procurar Sombra. Junto com Naves, o STJ decretou também a prisão de Arruda, do ex-secretário de Comunicação Wellington Moraes, do ex-diretor da Companhia Brasileira de Energia (CEB), Haroaldo Brasil, e de Rodrigo Arantes, sobrinho e ex-secretário particular do ex-governador. Além deles, Antônio Bento da Silva, preso em flagrante uma semana antes da decisão do STJ, também foi alvo da decisão judicial. Todos foram soltos ontem.
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