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Mídia
Congresso em Foco
8/12/2023 | Atualizado às 8:51
Em agosto o Atlas da Notícia já havia revelado que, pela primeira vez, o número de cidades brasileiras com ao menos um veículo de cobertura local superava o de municípios sem esse tipo de iniciativa. De 2022 a 2023, houve redução de 8,6% nos chamados desertos de notícias, isto é, cidades em que não existe nenhum veículo jornalístico local. Segundo a pesquisa, 51,3% dos municípios brasileiros possuem ao menos uma empresa jornalística em atividade.
Para Sérgio, o alto número de cidades sem mídia local é alarmante e vergonhoso. “É uma vergonha para uma cidade que não consegue ter um veículo jornalístico cobrindo o que acontece na sua cidade. Metade das cidades brasileiras deveria ter vergonha disso. É o que eu acho”, lamentou Sérgio Lüdtke.
Em comparação com 2019, o salto no número de cidades com veículos locais foi de quase 14 pontos percentuais. Naquele ano, apenas 37,4% dos 5.570 municípios não eram considerados desertos de notícias. Sérgio Lüdtke atribui o crescimento dos veículos jornalísticos à “expansão digital”. O presidente do Projor explica que, em relação ao último ano, surgiram mais 575 iniciativas nativas digitais e 239 rádios, entre elas radiodifusoras comunitárias que em certa medida apresentam conteúdo jornalístico.
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Evolução percentual dos desertos de notícias. Reprodução: Atlas da Notícia[/caption]
A predominância do digital para explicar a diminuição dos desertos de notícias se associa em grande parte às novas configurações de produção e consumo de conteúdo jornalístico. Segundo a pesquisa, a maior parte dos veículos mapeados são os digitais (5.245) e as rádios (4.836), correspondendo a 70% do total das empresas na base de dados do Atlas da Notícia.
Sérgio relativiza o otimismo que a pesquisa poderia trazer. O presidente do Projor aponta algumas dificuldades no meio digital, sobretudo o de coberturas locais. No geral, as organizações são precárias e precisam de apoio externo. Por exemplo, quase metade desses veículos, 45,7%, contam apenas com uma pessoa para a produção de conteúdo. Isso passa diretamente pela falta de planejamento estratégico, algo que 28% deles nunca fizeram.
O pesquisador defende a criação de fundos de financiamentos para impulsionar veículos menores que não conseguem publicidade, a maior fonte de financiamento do setor.
“A gente sempre fala que bom jornalismo custa caro fazer. E é verdade. Mas quando a gente olha para esse número, eles estão conseguindo fazer jornalismo com poucos recursos. Então, quando a gente vai falar de fundos de financiamento, às vezes, poucos recursos já são suficientes para dar garantia de funcionamento para esses veículos”, diz Sérgio Lüdtke.
Para o presidente do Projor, o excesso de trabalho da equipe, a dependência excessiva da publicidade para financiamento e das redes sociais para audiência são fatores que impactam diretamente o jornalismo. Ele sugere quatro caminhos para o jornalismo sustentável no setor: definição de publicidade e compromissos editoriais, capacitação para gestão, diversidade de fundos de financiamento e criação de fundos públicos e privados para o jornalismo.
Assista à íntegra do seminário "Caminhos para um jornalismo sustentável":
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