[caption id="attachment_232265" align="alignleft" width="285" caption="Edição extra foi publicada quase ao mesmo tempo que a divulgação do áudio"]

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O ex-presidente Lula foi nomeado ministro da Casa Civil nesta quarta-feira (16), em edição extra do
Diário Oficial da União. Com a nomeação, Lula passa a ter foro privilegiado, e só poderá ser investigado ou julgado no Supremo Tribunal Federal (STF). Na prática, escapa do juiz
Sergio Moro, que analisa um pedido de prisão preventiva contra o ex-presidente movido pelo Ministério Público de São Paulo, que o denunciou por lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
A publicação da edição extra ocorre na mesma tarde em que o juiz federal
Sergio Moro divulgou um diálogo entre a presidente Dilma e seu antecessor, no qual ela diz que encaminhará o termo de posse para ele usar "em caso de necessidade". Os investigadores da Operação Lava Jato interpretaram a conversa como uma tentativa de Dilma de evitar uma eventual prisão de Lula. Antes da nomeação do ex-presidente, Lula poderia ter a prisão decretada por Moro, que analisa o pedido do Ministério Público de São Paulo. A interceptação telefônica foi feita pela Polícia Federal com autorização judicial.
Leia a transcrição do áudio:
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Dilma: Alô
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Lula: Alô
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Dilma: Lula, deixa eu te falar uma coisa.
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Lula: Fala, querida. Ahn.
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Dilma: Seguinte, eu tô mandando o 'Bessias' junto com o papel pra gente ter ele, e só usa em caso de necessidade, que é o termo de posse, tá?!
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Lula: Uhum. Tá bom, tá bom.
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Dilma: Só isso, você espera aí que ele tá indo aí.
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Lula: Tá bom, eu tô aqui, fico aguardando.
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Dilma: Tá?!
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Lula: Tá bom.
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Dilma: Tchau.
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Lula: Tchau, querida."
Os principais partidos de oposição ao governo Dilma deflagraram uma operação para barrar a posse do ex-presidente Lula como novo ministro da Casa Civil. Nesta manhã, o líder do PV no Senado, Alvaro Dias (PR), entrou com uma ação popular contra a presidente Dilma. A mesma medida está sendo tomada em conjunto por cinco partidos da oposição (PSDB, DEM, PPS, Solidariedade e PSB), em vários estados, conforme antecipou ontem o
Congresso em Foco. O argumento jurídico é o mesmo. Segundo os oposicionistas, a nomeação de Lula visa a atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato, coordenada pelo juiz
Sergio Moro, o que significa tentativa de interferir nas ações do Poder Judiciário.
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