Em discurso como líder, Picciani critica governo e oposição
Congresso em Foco
15/4/2016 | Atualizado às 16:45
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Alex Ferreira/Câmara dos DeputadosO líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), maior bancada da Câmara, segue assistindo ao processo de impeachment de cima do muro. Em seu discurso como líder na sessão que iniciou a análise da denúncia contra a presidente Dilma, Picciani fez críticas ao governo e à oposição e reafirmou seu voto contra o processo, apesar da bancada orientar a favor.
"Viemos de uma eleição dividida, disputada. Faltou a quem ganhou a compreensão de que havia vencido, mas que havia uma profunda divisão na sociedade e no país e que era preciso restabelecer as pontes e os diálogos. Faltou também aos que perderam a eleição a grandeza e a resignação de aceitar a vontade das urnas. As ambições pessoais e o inconformismo muitas vezes injustificado foram postos acima do interesse nacional, à frente do interesse da nação e isso nos levou a situação que chegamos nesse momento", disse Picciani.
"Nós, hoje, amanhã e domingo estaremos diante de um processo histórico e nossos atos serão analisados pelo presente e pelas páginas da história", afirmou o peemedebista. "Daqui a alguns anos e algumas décadas serão as futuras gerações que julgarão o nosso trabalho nesse final de semana", completou.
Na reunião de bancada do partido realizada ontem (14), a legenda decidiu que o líder vai orientar a votação pró-impeachment no plenário, mas ficará liberado para se posicionar contra o afastamento da petista. Com isso, Picciani encontrou a desculpa que precisava para se desvincular do Planalto, desembarcar do governo e aderir ao futuro governo Michel Temer. Em fevereiro, Picciani foi eleito líder com o apoio do Palácio do Planalto.
Em seu discurso, o líder também avaliou o envolvimento da população no debate político como algo positivo. "É bom ver as pessoas se apaixonarem politicamente por esse tema. Há quanto tempo isso não acontecia? O que não pode haver é excesso".
Por questões de segurança, o gramado em frente ao Congresso não poderá ser ocupado por manifestantes - decisão do governador Rodrigo Rollemberg. A Esplanada dos Ministérios continua dividida por um alambrado para evitar conflitos de grupos divergentes. A circulação de veículos pelo local também está impedida desde a meia-noite (e permanecerá assim durante o final de semana). No domingo, quando será realizada a votação do impeachment pelo Plenário da Câmara, os shoppings de Brasília não irão abrir.
"Que Deus nos ilumine, que nós possamos tomar o melhor caminho para o povo brasileiro", encerrou Picciani.
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