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Congresso em Foco
20/11/2018 | Atualizado às 19:22
>> Senado cancela sessão para votar projeto que enfraquece Lei da Ficha Limpa
Agora, a partir do protocolo na Mesa Diretora do Senado, o requerimento de retirada de pauta (reprodução abaixo) tem que ser votado em plenário para concretizar o plano da maioria dos senadores. É necessário que o documento seja aprovado por maioria simples (metade mais um dos presentes em plenário). A quantidade de apoiamentos ao requerimento contra a votação do projeto foi assegurado apenas hoje (terça, 20), com a adesão dos senadores do MDB – um dos partidos com mais representantes às voltas com processos criminais. Maior bancada do Senado na atual legislatura, o partido reúne 18 dos 81 senadores. "Acabamos de conseguir as assinaturas necessárias para a retirada da urgência do projeto que flexibiliza a Ficha Limpa. Agora, o requerimento vai a voto", registrou há pouco, no Twitter, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que encabelou a coleta de adesões para apresentar o requerimento de retirada de pauta.
Mais cedo, Randolfe havia feito um apelo, na mesma rede social, ao autor do projeto. "Apelo ao Senador Dalírio Beber (PSDB-SC) para que retire o PLS nº 396, de 2017, para evitarmos graves retrocessos na Lei da Ficha Limpa!", escreveu o senador do Amapá, incluindo na postagem a hashtag #retiraDalírio.
O projeto
O PLS 396/2017 "inclui dispositivo na Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, para disciplinar o alcance de hipóteses e prazos de inelegibilidade a fatos que já tenham sido objeto de sentenças judiciais transitadas em julgado", como diz sua ementa.
Leia a íntegra do projeto
Em resumo, o objetivo do PLS é acabar com a inelegibilidade de oito anos imposta aos condenados pela Lei da Ficha Limpa antes de 2010. Ou seja, apenas sentenciados a partir disso seriam enquadrados na legislação. Na verdade, seria uma anistia para quem praticou e foi condenado, por exemplo, por crimes investigados na Operação Lava Jato, cujo esquema de corrupção se "institucionalizou" a partir do início do ano 2000, com a articulação que reuniu partidos como PP, PT e PMDB.
Um requerimento de urgência já foi aprovado para votar a matéria, que será discutida em turno único. Um parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), colegiado repleto de senadores investigados na Lava Jato, deixou a matéria pronta para votação de plenário. O PLS foi encaminhado na última quarta-feira (7) ao plenário pela Secretaria-Geral da Mesa (SGM), com urgência de votação aprovada no mesmo dia.
Coisa julgada
Autor da matéria, o senador Dalirio reclama dos efeitos retroativos da Ficha Lima. Para o tucano, seu projeto visa evitar que o caráter de retroatividade do projeto cause segurança jurídica e atente contra a soberania popular manifestada pelo voto. Ele também defende que sejam observados os efeitos da "coisa julgada", bem como as consequências sociais, financeiras e políticas dela decorrentes.
"Que nós, legisladores, reparemos esse grave equívoco [retroatividade da lei], sem que isto represente qualquer afronta à inquestionável autoridade do Supremo Tribunal Federal. Ao contrário, o que se busca aqui, além dos postulados da segurança jurídica, da coisa julgada, da não surpresa, dentre outros, é a estabilidade institucional diante das graves repercussões de tal decisão no seio político, social e econômico de nossa Nação, como se demonstrará a seguir", alegou Dalirio, na justifica de seu projeto.
Tucano disse na tribuna que, ao apresentar o projeto, jamais quis causar constrangimento aos colegas de Senado - Foto: Waldemir Barreto / Agência Senado>> Sem a reeleição, quase 70 parlamentares perdem o foro privilegiado
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