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Congresso em Foco
15/9/2020 | Atualizado 10/10/2021 às 17:32
Novamente, a discussão que precisa ser feita é que todos esses avanços somente são válidos para quem tem acesso à internet. Assim, algumas questões se apresentam: qual o papel das políticas públicas para a expansão dos serviços de telecomunicações? E, ainda, apesar dos serviços de telecomunicações serem de competência federal, será que esta é a única esfera de poder que deve estar preocupada com o acesso da população aos serviços de telecomunicações?
Há algum tempo temos o debate sobre cidades inteligentes ou cidades digitais. São conceitos amplos, que reúnem uma série de iniciativas, seja para levar os serviços públicos para o mundo virtual, permitindo que os cidadãos acessem estes serviços sem precisarem se deslocar até uma repartição pública, ou a instalação de sensores e outros equipamentos máquina a máquina para automatizar outro serviços públicos como monitorar e gerenciar sistemas de tráfego e transporte, distribuição de energia, redes de abastecimento de água, gerenciamento de saneamento básico etc.
Novamente a discussão está centrada na construção de redes e instrumentos para o município e não de como ampliar o acesso para o cidadão.
Por fim, é notório com os políticos aprenderam a importância de estar no mundo digital. Todos se preocupam em gerar conteúdo e se posicionar no debate público por meio das redes sociais.
Por outro lado, é desalentador perceber que o debate sobre políticas públicas de telecomunicações passa ao largo do debate político. Todo programa de governo terá eixos sobre educação, saúde e emprego. Mas raramente encontraremos alguma linha sobre telecomunicações.
Todos sabem a importância de ruas asfaltadas e da construção de estradas para conectar cidades e suas localidades, mas ainda ecoa um silêncio ensurdecedor sobre a necessidade e expandir o acesso as redes de telecomunicações, a fim de permitir a integração de todos os cidadãos ao mundo digital.
É premente o debate sobre o papel da municipalidade na expansão dos serviços de telecomunicações. Enquanto o debate continuar restrito ao lado da oferta, com pensamento exclusivo em disponibilizar serviços digitais, o avanço do mudo virtual contribuirá para aumentarmos a desigualdade existente no país.
A preocupação com o aumento da demanda, ou seja, a necessária ampliação dos cidadãos com acesso à internet precisa passar ao centro do debate público. Somente quando todo cidadão tiver opção de acessar os serviços de telecomunicações é que o mundo digital poderá ser um instrumento para a redução das desigualdades sociais existentes no Brasil.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
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