Marcelo Calero pede demissão do Ministério da Cultura; Roberto Freire assumirá a pasta
Congresso em Foco
18/11/2016 | Atualizado às 21:33
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DivulgaçãoO agora ex-ministro da Cultura Marcelo Calero pediu demissão do cargo nesta sexta-feira (18) por questões de ordem pessoal e em caráter irrevogável. Em carta veiculada no site do ministério (leia íntegra abaixo), Calero agradece ao presidente Michel Temer pela indicação e diz que deixa a pasta "com a tranquilidade de quem fez tudo o que era possível fazer" diante dos "desafios e limitações" que diz ter enfrentado. Mais cedo, Calero telefonou para Temer, que está em São Paulo, para falar da demissão.
Presidente nacional do PPS, o deputado Roberto Freire (SP) foi convidado por Temer para assumir a vaga. Senador entre 1995 e 2002, quando voltou à Câmara, Roberto Freire está na sétima legislatura como deputado. Membro da Assembleia Nacional Constituinte, colegiado que produziu a Constituição de 1988, Freire já integrou o PMDB e o PCB antes de se migrar para o PPS, em 1992.
Ex-secretário municipal de Cultura do Rio de Janeiro, na gestão Eduardo Paes, Marcelo Calero assumiu o cargo de ministro em maio deste ano, em meio ao processo de impeachment de Dilma Rousseff e após Temer assumir interinamente a Presidência da República. Primeiramente nomeado secretário nacional de Cultura, órgão que havia sido vinculado ao Ministério da Educação por algumas semanas, Calero virou ministro definitivamente quando a pasta voltou a ter autonomia, em consequência de manifestações diárias do setor e da própria sociedade civil.
No início de setembro, o ministro perdeu o controle ao ser hostilizado e chamado de golpista durante o Festival de Cinema de Petrópolis, no Rio de Janeiro. Em vídeo divulgado na internet (veja abaixo), Calero parece dizer "sou golpista sim, com muito orgulho", mas o ministro nega que tenha dito isso.
"Eles agora publicam mentiras, dizendo que eu teria sido expulso do evento e que teria dito 'golpista com orgulho'. Mas a gente sabe que mentira, aliada ao discurso do ódio, é a especialidade deles", informou Calero por meio das redes sociais. "Eu e o público presente nos indignamos com a tentativa de interrupção de um evento que custou muito trabalho e dinheiro às produtoras e ao povo de Petrópolis - e demonstramos isso com altivez", disse o ministro.
Relembre:
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Em outro vídeo, o ministro aparece batendo-boca com o grupo de manifestantes, que o chama de "golpista":
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[caption id="attachment_271773" align="alignright" width="380" caption="Carta de demissão publicada no site do Ministério da Cultura"]Leia a íntegra da carta de demissão:"Brasília, 17 de Novembro de 2016.Ao Excelentíssimo Senhor Presidente da República Michel Temer,Agradeço a honra a mim concedida com o convite para ser Ministro de Estado da Cultura do Brasil de seu governo.Venho solicitar minha demissão em caráter irrevogável por razão de ordem pessoal.Durante os últimos seis meses, empreguei o melhor dos meus esforços, apoiado por uma equipe de extrema qualidade para pensar a política cultural brasileira.Saio do Ministério da Cultura com a tranquilidade de quem fez tudo o que era possível fazer, frente os desafios e limitações com os quais me defrontei. E que o fez de maneira correta e proba.Respeitosamente, Marcelo Calero Faria Garcia"Mais sobre culturaMais sobre gestão pública