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Congresso em Foco
25/5/2017 | Atualizado 31/10/2018 às 11:32
As primeiras canetadas do presidente Michel Temer, quando ainda interino, fizeram o país retroceder anos em conquistas sociais. Logo no primeiro pacote de medidas publicadas, ele recriou o Gabinete de Segurança Institucional, extinto em 2015 por Dilma Rousseff em sua reforma ministerial, e nomeou o general-de-Exército Sérgio Westphalen Etchegoyen para chefiar a pasta. A escolha engrossa a lista conservadora da equipe mais próxima do presidente. A nomeação de um crítico notório da Comissão Nacional da Verdade tomada na semana em que se celebrou os quatro anos da criação daquela comissão já era emblemática. Era mais um anúncio da guinada à direita e mudança do viés ideológico, sem consulta popular, do novo governo, colocando-o cada vez mais distante dos reais anseios da sociedade.
Outra mudança promovida assim que assumiu interinamente a chefia do Executivo foi submeter a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) ao GSI. Tomada sem discussão anterior com o comando da Abin, a decisão gerou turbulência no setor e o pedido de demissão do diretor-geral da agência, Wilson Roberto Trezza, que estava havia oito anos no comando da Abin. A queixa era estar sob a chefia de um militar e mais distante do presidente da República. Oficiais de inteligência também se manifestaram por meio de nota e reclamaram do “total desconhecimento sobre a atividade de Inteligência” e de posições dadas por ele em que “desacredita o trabalho da agência por ser composta por civis”.
Em 2014, o ministro do GSI foi o primeiro oficial de alta patente a se manifestar sobre a divulgação do relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV), instituída em 2012 para investigar crimes de lesa-humanidade praticados pelo Estado durante os períodos ditatoriais do país. O pai dele, o general Leo Guedes Etchegoyen, foi citado no documento entre os 377 agentes do Estado considerados responsáveis por graves violações de direitos humanos na época do regime militar (1964-1985).
Ele morreu em 2013, antes da divulgação do relatório final da entidade. Em 2014, o hoje ministro da GSI saiu em defesa do pai e protestou contra a inclusão de seu nome na lista. Em nota, afirmou que as conclusões da comissão tinham o propósito de “puramente denegrir” a imagem da família. Além disso, ainda classificou o trabalho como “patético e leviano”.
O Brasil se viu entregue, há um ano, a um governo ilegítimo, fruto de um golpe institucional, que age com pressa para efetuar mudanças profundas nas políticas empreendidas nos últimos anos. Além de extinguir pastas ligadas à defesa dos direitos humanos por meio de medida provisória, colocou o novo Ministério da Justiça e Cidadania nas mãos do jurista Alexandre de Moraes, alguém com histórico de truculência à frente da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.
À convite do governador Geraldo Alckmin (PSDB), ele assumiu a pasta paulista e se tornou responsável pelas ações violentas contra estudantes secundaristas e movimentos sociais na capital paulista, além de ter se pronunciado sobre “combater atitudes criminosas dos movimentos sociais”. Hoje, Alexandre é ministro do Supremo Tribunal Federal e poderá ser chamado a julgar o presidente que o indicou para o cargo. O atual titular da pasta, o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), tem mais afinidade com a bancada ruralista do que com a Justiça.
Foto:GSITags
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