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Congresso em Foco
31/5/2019 | Atualizado 1/6/2019 às 14:11
>> Veja a lista dos deputados com acusações criminais
Essa redução pode ser atribuída, em parte, ao elevado número de deputados que estreiam na vida pública. Pelo menos 118 dos 513 nunca exerceram qualquer mandato político. Deputados que já exerceram outras funções públicas estão mais sujeitos a processos em razão de atos praticados na máquina administrativa, observa o advogado Antônio Rodrigo Machado, presidente da Comissão de Legislação Anticorrupção e Compliance da OAB no Distrito Federal.
“Há muito político novo, que nunca exerceu mandato. Isso se reflete no resultado do levantamento", diz Antônio Rodrigo. Foto: OAB/DF
Aécio caiu em desgraça, inclusive no próprio partido, após denúncias e gravações comprometedoras. Foto: Pedro França/Ag. Senado
Entre aqueles que têm contra si suspeitas mais graves, como corrupção e lavagem de dinheiro, o destaque é o ex-governador e ex-senador Aécio Neves (PSDB-MG). Aécio é alvo de pelo menos oito investigações, quase todas decorrentes da Operação Lava Jato. O tucano é suspeito de ter recebido propina da Odebrecht e da JBS. A Lava Jato também é motivo de preocupação para o presidente da Câmara, Rodrigo Cunha (DEM-RJ), que tem dois inquéritos no Supremo.
O deputado com o maior número de processos é o novato Boca Aberta (Pros-PR). Ex-vereador em Londrina, o deputado acumula 24 acusações – duas são por crime eleitoral; as demais, por calúnia, injúria ou difamação.
>> No novo Senado, um em cada três senadores responde a acusações criminais. Veja a lista
Os dados foram levantados pelo Congresso em Foco nos sites do Supremo Tribunal Federal (STF), do Superior Tribunal de Justiça (STJ), do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dos tribunais regionais eleitorais e da Justiça estadual e federal. Algumas cortes dificultam a pesquisa em suas páginas na internet. Também há casos que correm no mais absoluto sigilo, ou seja, não é possível tomar conhecimento sequer de sua existência. São os chamados "processos ocultos", que não aparecem nos portais do Judiciário. [caption id="attachment_386895" align="alignright" width="346"]
Boca Aberta responde a duas dezenas de processos por declarações. Foto: Michel Jesus/Ag. Câmara
Até maio do ano passado, todas as investigações criminais envolvendo deputados e senadores tinham de tramitar no Supremo. Naquele mês, porém, os ministros decidiram restringir o conceito do chamado foro privilegiado: ficam na alçada do tribunal apenas aqueles crimes relacionados com o exercício da atividade parlamentar e cometidos durante o mandato. Cabe a cada ministro relator analisar a questão, caso a caso. A mudança no entendimento deslocou para outras instâncias da Justiça vários processos contra congressistas.
Há também investigações que foram repassadas à Justiça eleitoral depois que o Supremo decidiu, em março, que essas cortes também podem julgar crimes conexos, como corrupção e lavagem de dinheiro, se a denúncia estiver relacionada a delitos eleitorais, como caixa dois de campanha. Integrantes da Lava Jato criticaram o tribunal, na ocasião, alegando que a mudança vai resultar em impunidade. Na avaliação da força-tarefa, os magistrados eleitorais não têm, em geral, competência para tratar de crimes de outra natureza.
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Ações no STF foram reduzidas drasticamente após revisão do conceito de foro privilegiado. Foto: Nelson Jr./STF
Em 2004 o Congresso em Foco se tornou o primeiro veículo do país a levantar as pendências criminais dos parlamentares. Dezenas de pesquisas sobre o tema foram feitas desde então pelo site, que passou a monitorar o assunto de forma sistemática.
Responder a uma acusação criminal não implica culpa. Todos os investigados têm direito à ampla defesa. Em muitos casos o próprio Ministério Público conclui, ao longo das apurações, que não há elementos que justifiquem a abertura de uma ação penal, processo que pode resultar em condenação. Mesmo quando são condenados, os réus ainda podem recorrer. Muitos recursos, no entanto, são apenas protelatórios ou buscam reduzir a pena para livrar o condenado da cadeia e substituir sua punição pela prestação de serviços.
* Com a colaboração de Ana Clara Botovchenco e Letícia Teixeira
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