Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. Os donos da universidade pública

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

Os donos da universidade pública

Congresso em Foco

15/6/2019 13:31

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA
Percival Puggina* É paradoxal, para dizer o mínimo. As pessoas que mais apaixonadamente defendem a "universidade pública, de qualidade, para todos", são as que, de modo mais descarado, dela se apropriam para fazê-la coisa sua e colocá-la a seu serviço. É o que chamo privatização político-ideológica da universidade pública. A dissimulação chega a ser grotesca, mas, para quem quer ser enganado, meia mentira basta. Se o sujeito acredita no discurso, danem-se os fatos. Usam do ambiente acadêmico. Na verdade é mais do que isso. Usam e abusam, fazem dele uma espécie de casa da sogra de genro malcriado, que não conhece limites a essa apropriação. Não vou chover no molhado do verdadeiro caudal de vídeos, denúncias, reportagens, testemunhos, referentes a abusos de toda ordem e, perante os quais, quem erguer a voz  recebe o adesivo de fascista. No Brasil, hoje, ser chamado de fascista é a melhor evidência de não o ser. Mas não estou tratando aqui de curiosidades da vida estudantil nem de meros arroubos juvenis. Estou falando de organizações partidárias e correntes revolucionárias que se apoderaram do espaço acadêmico causando imenso dano à sociedade brasileira. A miríade de órgãos que aí atuam, ao não fazer ou fazer mal aquilo para o que foram concebidos e para o que recebem recursos públicos, comprometem o desenvolvimento do país. Ademais, o próprio desenvolvimento mental dos estudantes é afetado pelo hábito de submeter a busca da verdade aos credos do "coletivo". Enfatizo esse aspecto porque ele se faz cada vez mais difícil de esconder. A universidade deveria abrir as mentes, provocar o saber, estimular os estudantes a estudar. E a estudar muito, aprender com honestidade intelectual e abertura à divergência, cultivando o conhecimento e o diálogo na exaustiva busca da verdade. Palavras de ordem, rotulagem e xingamento talvez caiam bem em reunião de sindicato. A pergunta que me faço é se os abusadores da universidade brasileira não se constrangem diante do contraste entre os meios que usam e os fins de tais instituições. O que diriam os grandes filósofos sobre esse aparelhamento grosseiro que acontece no Brasil, para serviço de causas particulares e "conquistas" que dependem do incansável martírio da verdade? O cotidiano do espaço acadêmico é tão relevante sob o ponto de vista do interesse público, que a Constituição Federal, graças àquela visão do paraíso que regeu o processo constituinte de 1988, lhe concedeu ampla autonomia. Essa autonomia sem limites favoreceu a invasão pelo corporativismo e o aparelhamento. E, na confluência dessas condições, a universidade pública virou uma casamata. * Percival Puggina (74), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. >>O cabo de guerra entre o governo e o Congresso >>1964 - O Brasil entre armas e livros
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

partidos políticos corporativismo universidade movimento estudantil Percival Puggina universidade publica

Temas

Educação

LEIA MAIS

CONTEÚDO PATROCINADO

Testando Embed Iframe 1

educação

Tabata e Rafael Brito defendem desbloqueio do Pé-de-Meia: "Não há pedalada"

educação

Por que bloquear os recursos do Pé-de-Meia é uma decisão equivocada?

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

Judiciário

Fux vota contra cautelares impostas por Moraes e Bolsonaro

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES