Rede social de ex-assessor de Trump tem perfil institucional de Bolsonaro
Perfil oficial da rede social GETTR compartilha conteúdos pró-Bolsonaro. Ação pode ser caracterizada como violação da lei eleitoral.
Congresso em Foco
16/4/2022 | Atualizado às 8:16
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Perfil oficial da rede social GETTR compartilha conteúdos pró-Bolsonaro. Ação pode ser caracterizada como violação da lei eleitoral. Foto: reprodução
A rede social GETTR se anuncia como uma plataforma baseada na liberdade de expressão e no pensamento independente. No entanto, o perfil brasileiro oficial atua como se fosse responsável pela comunicação institucional do governo Jair Bolsonaro (PL)
A rede foi criada em 2021, pelo americano Jason Miller, ex-assessor de comunicação do ex-presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump. A rede social se estabeleceu como um refúgio da moderação das outras redes sociais, tendo publicações do blogueiro brasileiro foragido, Allan dos Santos, e do estrategista de Trump, Steve Bannon.
Um levantamento feito pelo Núcleo Jornalismo mostrou que o perfil institucional da rede propaga constantemente conteúdo pró-Bolsonaro. Com mais de 60 mil seguidores, são feitas publicações com resultados obtidos pelo governo e compartilhadas notícias contra os opositores.
Perfil brasileiro oficial do GETTR exalta ações do presidente Jair Bolsonaro. Foto: reprodução/GETTR
Segundo o Núcleo, a ação pode ser considerada como uma violação da lei eleitoral, uma vez que é a própria conta que representa a empresa que compartilha os conteúdos. O apoio de explicito de pessoa jurídica se caracteriza como abuso de poder econômico.
Atualmente, o Brasil é o segundo maior mercado da rede social. Figuras bolsonaristas tentam levar os seguidores para a nova rede, onde a moderação é menor. O próprio presidente Jair Bolsonaro (PL), seus filhos, alguns ministros e deputados da base aliada têm perfil na rede social.
[caption id="attachment_538380" align="aligncenter" width="902"] No Twitter, Eduardo Bolsonaro, o filho zero três, exalta a rede social e chama os seguidores para criarem um perfil nela. Foto: reprodução/Twitter