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Congresso em Foco
7/7/2020 10:00
Agora, pela primeira vez, um vírus atacou o planeta inteiro levando milhares à morte sem podermos detê-la por sua rápida propagação, já que vivemos numa cultura globalizada com alto deslocamento de pessoas que viajam por todos os continentes e podem ser portadores do vírus.
A Terra já perdeu o seu equilíbrio e está buscando um novo. E esse novo poderá significar a devastação de importantes porções da biosfera e de parte significativa da espécie humana.
Isso vai ocorrer, apenas não sabemos quando nem como, afirmam notáveis biólogos. Se vier a temida NBO (The Next Big One), o próximo grande e devastador vírus, poderá, segundo o pesquisador da USP Eduardo Massad, levar à morte cerca de 2 bilhões de pessoas, diminuindo a expectativa geral de vida de 72 para 58 anos. Outros temem até o fim da espécie humana.
O fato é que já estamos dentro da sexta extinção em massa. Inauguramos segundo alguns cientistas, uma nova era geológica, a do antropoceno e sua expressão mais danosa, a do necroceno. A atividade humana (antropoceno) se revela a responsável pela produção em massa da morte (necroceno) de seres vivos.
Os diferentes centros científicos que sistematicamente acompanham o estado da Terra atestam que, de ano para ano, os principais itens que perpetuam a vida (água, solos, ar puro, sementes, fertilidade, climas e outros) estão se deteriorando dia a dia. Quando isso vai parar?
O dia da Sobrecarga da Terra (The Earth Overshoot Day) foi atingido em 29 de julho de 2019. Isto significa: até esta data foram consumidos todos os recursos naturais disponíveis e renováveis. Agora a Terra entrou no Vermelho e no cheque especial.
Como frear esta exaustão? Se teimarmos em manter o consumo atual, especialmente o suntuoso, temos que aplicar mais violência contra a Terra forçando-a a nos dar o que já não tem ou não pode mais repor. Sua reação se expressa pelos eventos extremos, como o ciclone-bomba em Santa Catarina em fins de junho e pelos ataques dos vários tipos de vírus conhecidos: zika, chikungunya, ebola, Sars, o atual coronavírus e outros. Devemos incluir o crescimento da violência social já que Terra e Humanidade constituem uma única entidade relacional.
Ou mudamos nossa relação para com a Terra viva e a para com a natureza ou poderemos contar com novos e mais potentes vírus que poderão dizimar milhões de vidas humanas. Nunca o nosso amor à vida, a sabedoria humana dos povos e a necessidade do cuidado foram tão urgentes.
*Leonardo Boff é ecoteólogo e escritor. Acaba de escrever o livro "O Covid-19: A Mãe Terra contra-ataca a Humanidade” a sair pela Editora Vozes ainda este ano.
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