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Congresso em Foco
23/1/2021 | Atualizado 21/6/2021 às 11:22
Violação dos Direitos Humanos
Estudos comprovam que os chamados programas policialescos violam cotidianamente uma série de direitos humanos. A pesquisa Violações de Direitos na Mídia Brasileira, publicada em 2020 pela ANDI - Comunicação e Direitos em parceira com o Intervozes, a Artigo 19 e a Procuradoria Federal de Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal (PFDC/MPF) identificou 4500 violações em 30 dias de monitoramento de programas televisivos.
As principais narrativas encontradas foram: exposição indevida de pessoas vítimas de violência ou suspeitas de haver cometido um crime; desrespeito à hipótese de inocência, violação do direito ao silêncio e exposição indevida de familiares de vítimas ou suspeitos.
A pesquisa demonstra também que o fenômeno é marcado por raça e por classe: a maior parte das narrativas viola direitos de pessoas negras, vulnerabilizadas. Também é marcada por idade: jovens, crianças e adolescentes constituem mais da metade dos indivíduos que têm seus direitos violados. Em relação ao gênero, a maioria é homem. Porém, o percentual de mulheres aumenta quando analisados os direitos de familiares, tanto de suspeitos quanto de vítimas.
> Relatório sobre violações de direitos humanos exclui violência policial
Medidas semelhantes em outros países
Após o assassinato de George Floyd por policiais em maio de 2020, caso que repercutiu nos programas de TV e plataformas digitais por todo o mundo. O movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) inflamou os Estados Unidos reividicando o direito à vida. O fato fez com que diversos programas e séries policiais fossem cancelados no país.
Uma delas foi a série COPS, exibida pela emissora Paramount. No ar há 33 anos, a produção acompanhava a rotina de trabalho de policiais, mostrando abordagens reais. Foi indicada a diversos prêmios, como o Emmy, e inspirou programas do gênero em todos os continentes. No Brasil, um exemplo é o Polícia 24h, exibido pela Band.
Mas o Brasil tem, também, suas próprias referências. Um dos pioneiros no país, o jornalista Gil Gomes, começou a trabalhar com programas policiais ao vivo no fim de 1960. Hoje, já são mais de 20 produções policialescas em todo território nacional.
Jonas Rossatto baseou-se na legislação uruguaia ao escrever a proposta legislativa. O empresário trabalha diretamente com tecnologias e manufaturas no ramo da Cannabis e mudou-se para o Uruguai após a descriminalização da maconha no país. De volta ao Brasil, para ficar com a família no período de pandemia, ele percebeu que “mesmo trocando de canal, se consome apenas programas policiais sensacionalistas na TV brasileira”.
> Bolsonaro manteve discurso contrário aos direitos humanos, diz Anistia
Thaís Rodrigues é repórter do Programa de Diversidade nas Redações realizado pela Énois - Laboratório de Jornalismo, com o apoio do Google News Initiative.

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