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Congresso em Foco
27/2/2021 | Atualizado 10/10/2021 às 17:10
O presidente também assinou diversos decretos que ajudam a acelerar a transformação energética nos país, entre eles, a liberação de terras federais para exploração de energia solar e eólica. Destacou ainda investimentos da transição energética no seu grande programa de suporte econômico, que está sendo votado.
No front do combate à desigualdade ele começou a reconstruir várias políticas desmontadas por Donald Trump. Além dessas medidas de política interna, Biden assinou a reintegração dos EUA no Acordo de Paris para marcar a volta dos EUA ao cenário mundial e do debate da sustentabilidade.
E nós, o Brasil, estamos aptos a participar desse debate? Deixando de lado paixões, aqui uma parcela dos líderes empresariais ainda se sente prisioneira do manifesto escrito por Friedman em setembro de 1970.
Esse ambiente é menos propício à evolução atualmente, em razão da postura da equipe econômica, que favorece um toque muito leve de regulamentação, quase uma agenda — datada — do tipo Friedman, que se traduz na ausência de políticas para fomentar a transformação da economia para bases mais sustentáveis.
Assim como a inovação, como pontuou Gates em seu livro, a sustentabilidade pode e deve ser impulsionada pela política pública adequada, como mostra o pacote de Biden. Infelizmente não é o que assistimos, e o nosso histórico da década passada também não é bom nesse capítulo.
Um documento do governo federal intitulado redução do custo Brasil, que está circulando, lista dezenas de programas em andamento. Li o material e não vi referência a projetos de incentivo aos novos paradigmas de desenvolvimento.
No entanto, encontrei um projeto que permite a exploração mineral em terras indígenas. Fui além e pesquisei eletronicamente o documento. Não foi possível encontrar, em nenhuma vez, as palavras “sustentabilidade”, “energia renovável” e “economia verde”.
O mesmo se vê com a PEC da Calamidade, que vai permitir o novo e necessário, dado o atraso da vacinação, pagamento do auxílio emergencial. Na PEC não existe nenhuma criação de mecanismos para acelerar investimentos na nova economia sustentável.
A falta destes, além de diferir do pacote americano, é dissonante para o que o economista Joseph Stiglitz, Nobel de Economia, preconiza uma entrevista recente no Jornal Valor: "Só vamos sair dessa com estímulos que apoiem as pessoas, mas também preparem uma criação de uma nova economia sustentável."
Ao que parece, ainda não nos demos conta da transformação a caminho. Portanto, faz-se urgente que líderes empresariais e políticos atentem para o risco de sermos apenas espectadores na construção do novo contrato social, pois ele certamente está sendo amadurecido e foi acelerado pelo COVID.
*Paulo Dalla Nora Macedo é economista, empreendedor e ativista de políticas públicas.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].

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