Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Colunas >
  3. O Ano Novo e o Jogo da Vida | Congresso em Foco

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News
LEIA TAMBÉM

Cezar Britto

O Mauritano e outros crimes mais

Cezar Britto

A arte de "desencargar"

Cezar Britto

O "marcisismo" e a cultura do estupro

Cezar Britto

60 anos depois: aprendemos com o golpe de 1964?

Cezar Britto

Netanyahu está nu!

O Ano Novo e o Jogo da Vida

Cezar Britto

Cezar Britto

29/12/2011 | Atualizado 10/10/2021 às 15:47

A-A+
COMPARTILHE ESTA COLUNA
Como se fossem trombetas a anunciar a chegada de um poderoso rei, luzes enfeitarão ruidosamente os céus no primeiro dia do mês de janeiro. Parecerá até que convidarão as estrelas para que, juntas, saúdem a autoridade que chegará. No mesmo ritmo frenético dos que se exibirão no ar, arautos estrategicamente plantados na terra também brindarão o novo governante com apaixonada reverência, embora alguns, já de porre naquele exato momento, não mais saberão o que estão a comemorar. Nesse clima de euforia, precedido de uma contagem regressiva digna da histórica viagem da Apolo 11 rumo à lua, surgirá, diante do olhar de todos, o majestoso Ano Novo. Beijos enamorados, bitocas esperançosas, abraços amigos, olhares gulosos, toques tímidos e milhares de gestos carinhosos se espalharão à sua volta, como se obedecessem ao comando mágico de um maestro que nascera para reger a Sinfonia da Felicidade. Realmente valerá a pena brindar no mesmo compasso alegre exigido pelo ambiente festivo, solvendo em goles generosos os espumantes, champagnes, vinhos, uísques, cachaças e refrigerantes, a depender do gosto do provador, que serão oferecidos em homenagem ao grande Maestro. E não será sem razão que todos reverenciarão a chegada do divino Ano Novo, pois o seu poder irradiante ultrapassa os limites de uma boa e bem organizada festa. É claro que os itens produção, enredo, fantasia e alegria contam bastante quando se trata de abalizar o conjunto de uma grande festa, mas não é o que faz a diferença naquele instante mágico. Aliás, é exatamente a palavra magia o grande atributo que se destaca nos ambientes que se preparam para comemorar a passagem do milagroso Ano Novo. Afinal, como não acreditar ser divino esquecermos os problemas vividos durante o reinado do Ano Velho, acreditando que serão agora prontamente resolvidos? Como entender não ser magia a esperança que se instaura nos nossos corações, independentemente da religião que professemos, no curto espaço de um segundo, apenas suficiente para que o ano mude de comando? Como não apontar como milagre o instante em que julgamos que derrotaremos nossos medos e afastaremos todos os obstáculos que nos impediram e impedem de conquistar a Felicidade anunciada. Por um segundo, apenas um segundo, não mais existirá desilusão amorosa ou a profunda dor de quem nunca sentiu o que é amar. Apenas uma pequena fração de tempo será suficiente para adormecer a nossa triste lembrança de que milhões e milhões de cidadãos espalhados pelo mundo não sabem sequer o significado da palavra esperança. Um pequenino lapso temporal entorpecerá a nossa tristeza pela tragédia causada pelos genocídios, fomes, assassinatos e outras tragédias que vitimaram brasileiros, japoneses, chilenos e cidadão de várias nacionalidades. Agora que o reinado do Ano Novo iniciará os seus primeiros passos, ainda conservando intactas as nossas esperanças de uma vida efetivamente melhor, que tal lutarmos para que se concretizem? Não chegou a hora acenarmos para as pessoas que amamos, perdoarmos quem nos causou alguma dor, acariciarmos quem precisa de um afeto ou simplesmente sorrirmos para quem está triste? Não é o momento de praticarmos aquela ação solidária que sempre adiamos ou ajudarmos aquele amigo que, desesperado, pediu um pouco da nossa atenção. Não podemos deixar a magia da mudança se dissipar pelos trezentos e sessenta e cinco dias que integram o curto reinado do Ano que chegará com pompas de Deus. Não devemos nos dar o luxo de jogar fora mais um período da nossa vida sem nada fazer para alcançar a Felicidade, alheia ou a nossa. Não precisamos mais transferir os nossos problemas para que sejam resolvidos por outras pessoas ou nos próximos anos, se nós sequer temos a coragem de descobrir que eles existem e que podem ser resolvidos, como serão, imaginariamente, nas primeiras horas do ano que chegará.al, se deixarmos o marasmo contaminar o reinado do Ano Novo, sem medo de errar, faremos com que antecipadamente se transforme no velho Ano Velho aquele que já julgávamos carta fora do baralho. E no Jogo da Vida, as cartas que são abandonadas fazem uma falta danada, mesmo quando, posteriormente, resolvemos jogar para valer, sem blefe ou medo de perder. A dica para se ganhar o Jogo da Vida, nos ensina o Ano Novo, é fazer novo cada dia, vivendo cada segundo de forma corajosa, amorosa e intensa.
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Temas

Colunistas
Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES