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André Sathler
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Farol Político
7/1/2022 | Atualizado às 8:32
O STF tornou-se o principal anteparo a tentativas antidemocráticas. Foto: Fellipe Sampaio /SCO/STF
Arthur Lira comanda o Orçamento secreto num tempo de Executivo fraco. Foto: Reprodução
A análise em retrospectiva da “agenda Maia” mostra que as iniciativas bem-sucedidas foram conduzidas por um Congresso protagonista. A autonomia do Banco Central e a lei cambial foram aparentemente cumprimento de acordos derivados da mudança das presidências das casas legislativas em 2021. Já a acomodação das finanças estaduais deve-se à forte relação dos parlamentares com a política local.
Por fim, não se pode chamar de avanço das políticas sociais a extinção do Bolsa Família e sua substituição por um programa feito atabalhoadamente e que deve finalizar logo após as eleições de 2022.
A ascensão do “Orçamento secreto”, com as emendas de relator, demonstra também a deterioração das finanças públicas, que levaram “um tiro de canhão” com a PEC dos precatórios – pois vai além de precatórios, englobando renegociação de dívidas e recálculo do teto de gastos.
O que se tem, em termos de dinâmica política, é um poder Executivo extremamente fraco e negligente com os papeis clássicos que lhe couberam desde o governo Itamar Franco. Na divisão de poderes, iniciativas e tarefas entre Executivo e Legislativo, o Planalto agia como formulador dos principais projetos e colocava-se como guardião das finanças públicas, ora mais ora menos rigoroso.
Bolsonaro inovou ao negligenciar a agenda de reformas – iniciativas como as relativas ao Banco Central e política cambial vêm de um núcleo de poder constituído de Bacen e mercado financeiro – e estabelecer o vale tudo nas finanças públicas. O que ganhou com isso foi o “seguro impeachment”, em que pese todo o prejuízo para o Brasil e seu povo.]
Ninguém deve esperar um ano de boas notícias vindas do Congresso. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Diz-se que um sapo colocado numa panela não percebe o aumento da temperatura da água. Algo similar acontece com a sociedade brasileira. Aproximamo-nos desapercebidos de um governo José Sarney sem Constituinte.
De um lado não há projetos de reforma. O “nada legislativo” de 2022 deve-se à negligência do Planalto em relação a qualquer iniciativa robusta de reforma e à disposição do Congresso, que agora mira as eleições cevado pelas emendas de relator.
Reformas não realizadas geram a perda do ano. Contudo, muito mais grave, é a volta insidiosa da inflação, que cavalga na degradação crescente das finanças públicas.
Presidentes sem condições de conduzir o Congresso – e no caso a falta de condições soma-se à falta de interesse e de capacidade individual do presidente – permitem que o Brasil profundo retratado por Edson Nunes aflore com força.
Diante da irresponsabilidade de nosso mandatário mor com o futuro do Brasil, o Legislativo vai se entregar a alimentar o clientelismo, o corporativismo e as outras “patologias” que nos amarram a um passado de desigualdade e, motivo de preocupação urgente, inflação renitente.
Que não se espere um 2022 de boas notícias vindas do Congresso. E o Planalto, alheio, parece que não liga para isso, e para muitas outras coisas.
TERMÔMETRO
| CHAPA QUENTE | GELADEIRA |
| Os primeiros dias de janeiro demonstraram que é preciso manter um alerta sobre a saúde do presidente Jair Bolsonaro. Depois de um período de folga em Santa Catarina – muito criticado por coincidir com o momento em que brasileiros morriam afogados vítimas das enchentes na Bahia –, o presidente começou o ano internado para tratar de nova obstrução intestinal. Desde que sofreu a facada, Bolsonaro já sofreu quatro cirurgias. Novos quadros de obstrução intestinal, segundo o médico do presidente, Luiz Macedo, serão possíveis. E Bolsonaro deveria submeter-se a uma dieta mais rigorosa, mas ele mesmo admite a dificuldade. O presidente tem 66 anos, e vai para a disputa eleitoral com essa dificuldade adicional. | O artigo publicado esta semana pelo ex-ministro Guido Mantega, no qual aparece como conselheiro econômico de Luiz Inácio Lula da Silva, foi um banho de água gelada naqueles que acreditavam que o candidato do PT poderia se movimentar para a centro-direita na economia para agradar ao mercado financeiro e aos empresários. Mantega fala de retomada do desenvolvimentismo, sugere a revogação da reforma trabalhista. As reações foram várias, e nos setores mais conservadores que se aliam a Lula – especialmente em partidos como o PSB e junto àqueles que trabalham para viabilizar a chapa do petista com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, o artigo foi classificado como, no mínimo, “inoportuno” e uma dificuldade desnecessária. |
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