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André Sathler
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Farol
18/2/2022 | Atualizado às 9:24
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A ideia em um segundo A Casa Civil publicou sua pauta legislativa prioritária para o ano. Descrevemos o conteúdo dessa agenda e analisamos que seu sucesso deve ser, na melhor das hipóteses, mediano. Tratam-se de esforços para não esvaziar o ano legislativo, mas tanto a proximidade da eleição quanto a atávica inoperância do governo Bolsonaro no Legislativo importam mais que qualquer discurso. |
Ciro Nogueira apresentou a lista de proposições de interesse do governo no Congresso. Mas o avanço da tramitação da maioria dos temas é improvável (Foto: Reprodução)
Pacheco e Lira querem manter forte a pauta legislativa. Mas as eleições devem evitar as aprovações de temas mais polêmicos (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)
A pauta proposta pela Casa Civil avança uma agenda em parte com forte conteúdo ideológico e eleitoral e outra parte voltada a questões pontuais da gestão.
Fica claro na lista de itens a presença do discurso conservador, como nas propostas de homeschooling e fim da progressão continuada, assim como nas proposições linha dura da segurança. Essa pauta com mais apelo ideológico terá baixa chance de aprovação, embora o simples debate acalorado já permita ganhos eleitorais aos parlamentares que se esforçarão em marcar posição.
Uma pauta também disputada ideologicamente, mas que conta com forte apoio político é a ruralista. Provavelmente ela continuará avançando, em que pese a atuação da oposição ambientalista. Os interesses ruralistas conseguiram canalizar-se de forma bastante eficiente dentro do governo Bolsonaro, sofrendo pouco os solavancos produzidos por suas ações erráticas e dispersivas. A desaceleração devido à eleição deve acontecer, mas a pauta do setor deve avançar mais casas no tabuleiro legislativo.
A privatização dos Correios, assim como as matérias de infraestrutura, saúde e mineração entram em terreno de disputa econômica, em que a conformação dos interesses e a construção de consensos sofrerá demasiado devido à desmobilização advinda das eleições e à carga impopular de algumas delas. O avanço desta pauta deverá ser muito limitado no geral.
Quanto às reformas tributárias, dada sua complexidade, devem ficar para 2023 no mínimo, sem condições políticas de avançar em final de governo.
Por fim, há elementos eleitoralmente incendiários na agenda. A questão dos combustíveis será tratada como uma guerra em que se empurrará a culpa para lá e para cá, num jogo que pode ser muito custoso aos perdedores. No momento atual, o discurso está ao lado do governo federal, com prejuízos para os governadores.
Ainda na fogueira das eleições, as ideias de retaguarda jurídica a policiais e direitos das vítimas podem trazer discursos fortes que agradem alguns setores e recrudesçam, em outros, a rejeição ao governo Bolsonaro.
No geral, a pauta deverá apresentar um sucesso menos que mediano devido às eleições que se aproximam, à já histórica falta de empenho do Poder Executivo em construir consensos e ao caráter basicamente ideológico e eleitoreiro de vários itens da agenda.
Já comentamos em edição anterior que Arthur Lira e Rodrigo Pacheco têm se esforçado para não esvaziar o ano legislativo. Agora foi a vez da Casa Civil de Ciro Nogueira. Cremos, contudo, que as pretensões reais são bastante inferiores ao apresentado em público.
| CHAPA QUENTE | GELADEIRA |
| O ministro Edson Fachin assume na semana que vem o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em substituição a Luís Roberto Barroso. E afirma que o país terá de enfrentar uma guerra cibernética em torno das dúvidas que o presidente Jair Bolsonaro e seus aliados o tempo todo lançam sobre o sistema brasileiro de votação. Esta semana, o tribunal publicou respostas ao Exército a respeito das urnas. Barroso, em entrevista, disse considerar que os riscos ás eleições estão contornados. Mas essa não parece uma impressão comprovável. | As pesquisas eleitorais mantêm um quadro de estabilidade no desempenho dos candidatos, o que mantém o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, em confortável vantagem na corrida eleitoral sobre o presidente Jair Bolsonaro. Do ponto de vista eleitoral, portanto, não há maiores indicações de que o presidente possa vir a reverter a desvantagem que tem na disputa. Uma situação que Bolsonaro e sua militância certamente não aceitará facilmente. Daí, os riscos. |
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