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Marcus Pestana
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25/4/2020 | Atualizado 10/10/2021 às 16:59
No início do século XX surgem dois movimentos alternativos à concepção clássica liberal. A experiência soviética de Estado Máximo, a partir da revolução de 1917, que naufragou na dissolução da URSS e na queda do Muro de Berlim, ao final do século XX. E a experiência socialdemocrata do Estado do Bem Estar Social, que combinava compromisso com a democracia política, combate às desigualdades via políticas públicas ativas e respeito à economia de mercado socialmente regulada.
No campo do pensamento econômico, as teorias de Keynes e muitos outros, nascidas no enfrentamento da Grande Depressão de 1929, legitimou a intervenção estatal já que a realidade tinha derrotado a Lei de Say e a ideia do equilíbrio geral automático e foi o pensamento hegemônico até a década de 1970, quando a crise fiscal começou revelar os limites da intervenção estatal.
Hoje, a partir das crises globais de 2008 e do coronavírus, um mundo novo se abre. Um mundo novo exige ideias novas. O esgotamento dos três paradigmas teóricos, ideológicos e políticos, dominantes no século XX, abre um vasto campo para uma nova formulação criativa e inovadora sobre o funcionamento da economia e da sociedade contemporâneas. Haverá um retorno ao protecionismo e um recuo na globalização? E o capitalismo de Estado da China? Quais são seus limites e suas vantagens? Como se comportarão os governos que foram pegos pela covid-19 em momento de fragilidade fiscal e tiveram que ampliar gastos e endividamento? Como conciliar democracia, economia de mercado e combate às desigualdades sociais?
Antes que o atual ambiente brasileiro de polarização medíocre reproduza confrontações sectárias recentes de coxinhas versus mortadelas, bolsominions versus isentões versus “comunistas”, cabe aprender com a história, desarmar espíritos, abrir corações e mentes. O grande pensador liberal Milton Friedman que fazia uma defesa apaixonada do estado Mínimo e da economia de mercado, nem por isso propunha governo nenhum. Tanto que defendeu o imposto de renda negativo, um programa de renda mínima, para garantir a sobrevivência da população mais pobre.
Por outro lado, Keynes nunca propôs que todo aumento de gasto público e toda intervenção estatal, em qualquer circunstância histórica, fossem sempre positivos. Falava de uma depressão profunda, aonde era preciso incrementar a demanda efetiva, neutralizar a preferência pela liquidez e garantir renda e investimentos visando à superação do desemprego e a retomada do crescimento rumo ao pleno emprego.
O pensamento humano sempre avançou nas crises. Há aqueles que desprezam os fatos e ficam dogmaticamente presos às suas convicções. Mas um tempo novo exige novas ideias que iluminem a realidade e descortinem novos horizontes. Com a palavra a inteligência brasileira!

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