Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Colunas >
  3. A esperança | Congresso em Foco

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News
LEIA TAMBÉM

Cezar Britto

O Mauritano e outros crimes mais

Cezar Britto

A arte de "desencargar"

Cezar Britto

O "marcisismo" e a cultura do estupro

Cezar Britto

60 anos depois: aprendemos com o golpe de 1964?

Cezar Britto

Netanyahu está nu!

A esperança

Cezar Britto

Cezar Britto

23/3/2021 | Atualizado 10/10/2021 às 16:06

A-A+
COMPARTILHE ESTA COLUNA
Apesar da longa viagem, Muhammad não aparentava estar cansado. Ao contrário, queria contar as novidades aos seus amigos. E deles queria saber das coisas do Brasil. Escutara que a situação brasileira estava caótica, com a pandemia se espalhando de forma incontrolável, os hospitais em colapso e o negacionismo oficializado como resposta curativa. Allah, o seu pai, estava muito preocupado com o clima de ódio que tomava conta da política, das famílias e das pessoas,  impedindo uma reação organizada e unificada. Não compreendia esta mudança de humor, pois sabia que os mulçumanos – brasileiros ou não – sempre foram bem acolhidos no Brasil, convivendo em plena harmonia com as demais religiões. – Você pode até ter razão, Muhammad, mas não podemos generalizar em termos de acolhida. – aparteou Oxalá. – Ainda somos agredidos em nossa religiosidade. Nossos cultos e terreiros continuam sendo violados. – Ninguém está entendendo – concordou Emanuel. – Aqui é o país com a maior população católica do mundo e uma das Nações com o maior número de cristãos evangélicos. Será que esqueceram que são “Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus”? – Allah também tem dito a mesma coisa do nosso povo – suspirou Muhammad. – Mas eu queria contar a vocês do meu sonho. – Conte! Conte! Conte!  – brincou Jaci. – O mundo dos sonhos pertence à noite que ilumino. – Vamos a ele! – gargalhou Muhammad. – Eu sonhei que estava cavalgando o corcel celestial, el-Buruq, com o anjo Gabriel, até o monte do Templo, para encontrar Abraão, Moisés e você, Emanuel, e daí eu acendia ao trono de Deus passando pelos sete céus. – Em Jerusalém? – quis saber Jaci. – Claro que em Jerusalém – respondeu, automaticamente, Muhammad. – “E o Anjo me levou em espírito até um grande e alto monte. E me mostrou a Cidade Santa, Jerusalém que descia do céu, de junto de Deus, com a glória de Deus” – recitou Emanuel. – Apocalipse 21, 10-11.18-21? – perguntou Jaci. – Agora entendi a razão de Jerusalém também fazer parte de sua história, Muhammad – comentou Oxalá. – Não sem motivo ela é a Terra Santa dos cristãos, dos judeus e os dos mulçumanos. – A Casa Comum, não é? – cutucou Jaci. – Não é assim que o seu papa fala, Emanuel? – Deveria ser assim compreendida, Jaci – respondeu, Emanuel. – Mas, infelizmente, já foi palco de muitas guerras tidas como “Santas” no passado. E ainda segue, lamentavelmente, com a porta fechada para irmãos e irmãs, especialmente para aquelas pessoas que mais precisam ser abrigadas. – Paciência! – suspirou Muhammad. – “Deus não muda o destino de um povo até que o povo mude o que tem na alma”. – Essa é a receita, Muhammad! – concluiu Oxalá. – O povo não deveria aceitar que o desprezo à vida é algo normal, que o ódio é mensagem divina ou que os seus governantes têm o direito de pactuar com a morte. Não há esperança nessa forma de pensar. – Acho que esse povo não aprendeu a lição do seu santo Agostinho, Emanuel – seguiu,  provocante e sapeca, Jaci. – “A esperança tem duas filhas lindas. A indignação e a coragem; a indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão; a coragem a mudá-las”. – “Para aquele que está entre os vivos, há esperança...” – sorriu, enigmático, Emanuel. – É nossa tarefa não permitir que se deixe morrer.. – Axé! – saudou Oxalá. – E que assim coletivamente seja. > Leia mais textos da Parábola de Emanuel, Jaci e Oxalá
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

Cezar Britto Abraão pandemia Emanuel Jaci e Oxalá Oxaguian Jaci Oxalá Parábola de Emanuel Muhammad Parábola

Temas

Colunistas
COLUNAS MAIS LIDAS
1

TESTE COLUNA

Teste de Nova Coluna

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES