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André Sathler
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Farol Político
22/10/2021 | Atualizado 24/10/2021 às 12:16
| A ideia em um segundo A reforma tributária esteve em pauta desde o início do governo Bolsonaro, anunciada para logo após a reforma da previdência, aprovada no início do mandato. A um ano das eleições, a improbabilidade de sua aprovação, porém, aumenta. A última rodada do Painel do Poder mostra que, apesar de o tema ser considerado necessário e relevante pela maioria dos parlamentares e para muitos agentes da sociedade, as propostas teriam mais chances de aprovação se houvesse mais e empenho e organização do governo na coordenação da tramitação. |
Poucos parlamentares discordam que o sistema tributário brasileiro é dispendioso, confuso e ineficiente. Como mudá-lo, porém, eis a questão... Foto: Associal Comercial de São Paulo)
Nas presidências de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, duas PECs completas sobre reforma tributária tramitaram na Câmara e no Senado. Mas o governo não se interessou por elas. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
A evolução do assunto na percepção dos parlamentares
O quadro a seguir apresenta o nível de concordância dos parlamentares com uma reforma tributária ampla (apenas a soma das notas 4 e 5, indicativas de alta concordância).
| Set/20 4 + 5 | Dez/20 4 + 5 | Julho/21 4+5 | Set/21 4+5 | |
| Reforma Tributária – nível de concordância | 15% | 20% | 63,89% | 55,56% |
| Set/20 4 + 5 | Dez/20 4 + 5 | Julho/21 4+5 | Set/21 4+5 | |
| Reforma Tributária – chances de aprovação | 24% | 35,7% | 27,78% | 16,67% |
O assunto não é tão polarizado como algumas outras questões. Os membros da base são mais favoráveis (o que de certa forma deve causar algum incômodo ao governo, pela sua falta de engajamento com o assunto); mas os parlamentares autodeclarados independentes também se inclinam mais favoravelmente à reforma. E mesmo entre a oposição, a mediana está em 3, o que indica uma aceitação razoável.
Quando se analisam as respostas sobre chances de aprovação, também tomando por base o posicionamento dos parlamentares (gráfico a seguir), percebe-se a base um pouco mais confiante, porém as diferenças são menos visíveis. Pragmaticamente, os parlamentares percebem que o tema deixou de ser relevante no momento e computam ainda o pouco tempo restante até que o ano eleitoral torne completamente inviável a aprovação de propostas de maior complexidade.
Senadores x Deputados
No tocante ao nível de concordância com uma reforma tributária ampla, deputados/as e senadores/as apresentam posicionamento bastante similar, conforme o próximo gráfico.
Já em termos de percepção de chances de aprovação, os/as senadores/as são levemente mais otimistas do que os membros da Câmara Baixa. Talvez esse fato ajude a compreender a tentativa do presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), de ressuscitar a PEC 110/2019.
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Parece faltar a Paulo Guedes o empenho e a coordenação necessárias para fazer andar a reforma tributária. Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Quando um não quer, ninguém brinca
De um ponto de vista da mídia, particularmente aquela especializada, a reforma tributária logrou obter praticamente um consenso. Para se ficar somente no campo do ICMS, são 27 legislações diferentes aplicadas a uma miríade de produtos e serviços, ocasionando a necessidade de exércitos de contadores nas empresas apenas para alcançarem conformidade mínima à legislação. Não por coincidência, o contencioso referente a impostos é elevado e de alto custo processual.
No âmbito do parlamento, em virtude particularmente da composição da atual Legislatura, de perfil mais reformista-liberal, o tema alcançou receptividade suficiente para cogitar-se de sua aprovação. No entanto, em virtude do desinteresse do governo (ou até mesmo um certo antagonismo do governo com relação às propostas), o tema deverá permanecer sem solução, ao menos na presente Legislatura.
TERMÔMETRO
| CHAPA QUENTE | GELADEIRA |
| Na terça-feira (26), o relatório de mais de mil páginas do senador Renan Calheiros (MDB-AL) com as conclusões da CPI da Covid será votado. O que ficou claro durante a sua leitura nesta quarta-feira (20), é que o texto terá o voto da maioria da comissão. Mas talvez com algumas correções a partir de emendas que serão apresentadas. O relatório, pela gravidade das suas acusações, certamente trará consequências e dissabores ao governo do presidente Jair Bolsonaro. Se não exatamente concretas no sentido da responsabilização, mas pelo menos políticas. |
Na linha do que já demonstra este Painel do Poder, o projeto que altera o Imposto de Renda, de fato, demonstra muito pequena chance de caminhar no Senado. O senador Angelo Coronel (PSD-BA), relator da proposta no Senado, tem dado diversas declarações no sentido de que não aprova o texto da forma como veio da Câmara. Numa conversa com grupos contrários ao projeto, Coronel chegou a dizer que nunca tinha visto proposta tão ruim. A oposição ao texto só cresce. O advogado tributarista Gustavo Brigagão, presidente do Centro de Estudos das Sociedades de Advogados (Cesa), organiza o movimento contrário ao projeto, que já conta com a adesão de diversos segmentos do empresariado, estados e municípios. |
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